segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Cidade dos Sonhos (2001)


Para falar de cidade dos sonhos eu sinto um misto de raiva e... raiva. Mas diferentes tipos de raivas na verdade. Sinto raiva por lembrar de quando assisti ao filme e em seguida sinto raiva por lembrar de quando entendi o filme. Pra mim, nesse filme David Lynch mostrou como ser um idiota ao ser um gênio.
Bom, primeiro vamos a uma breve explicação do que se trata o filme.

O filme começa com uma mulher [Laura Haring] sendo levada, ao que parece ser, à sua morte por acerto de contas, quando o carro em que se encontra sofre um acidente. Os assassinos morrem no acidente e ela sofrer de amnésia, não se lembrando quem é e o porquê de estar ali.
Ela então invade a casa da tia de Betty [Naomi Watts, que aliás está ótima] que está indo morar lá para tentar o sucesso como atriz em Hollywood.
Ao invés de Betty se assustar com a estranha mulher, ela decide ajuda-lá a descobrir quem é e o que aconteceu com ela, além de outros segredos como o dinheiro existente na bolsa dessa mulher entre outras coisas.
Paralelo a isso existe a história de um diretor de cinema que se vê obrigado a fazer o que a máfia manda, contratando atrizes pífias e coisas do gênero.
Tudo segue "normal" [salvo um ou outro detalhe estranho] até mais ou menos os últimos 30 minutos de filme. Nesse momento ele "descamba" de vez.
Não contarei mais para não estragar o filme de quem não assistiu ainda.

Agora voltando as minhas "raivas":
Confesso que grande parte da raiva inicial é culpa minha. Não se vai assistir ao filme do David Lynch como se estivesse indo ver um American Pie. Pois bem, eu fui. Esqueci desse detalhe e fui completamente despreparado para algo complexo. Era óbvio que eu não entenderia o filme, ainda mais considerando que no começo o filme parece algo normal. Pra piorar, o que eu chamei de começo leva 1 hora e meia de um filme de duas horas, ou seja, se eu cheguei desarmado, fiquei em situação pior durante a exibição.
De qualquer forma, em um filme normal seria plausível eu me recuperar e algumas horas após o filme e/ou depois de algumas discussões com amigos, este estivesse devidamente esclarecido.
Não foi o que aconteceu.
Pra piorar encontrei algumas pessoas que falavam ter adorado o filme mas quando eu pedia para que explicassem, eu sempre achava falha nas idéias deles [por que algumas pessoas acham que só porque algo é difícil de se entender é que bom?].
Enfim, após algum tempo pude dar a minha opinião em definitivo: filme non-sense para pessoas metidas a cool [lembro sempre do Angeli: "Cool não porque no cool dói", hahaha], resumindo, horrível.
...
Em definitivo?
Eu acho que não.
Após alguns anos, lendo sobre outros filmes encontrei uma explicação sobre o filme.
Essa sim uma explicação que não achei falha e muito pelo contrário, explicava quase tudo.
Após ler tudo eu vi o quão genial é o filme, aliás, uma obra-prima. Algo de uma proporção inimaginável...
Opa... Era horrível e agora é uma obra-prima?

Daí a minha segunda raiva.
Tudo bem, eu não quero aquele filme 100% mastigado de Hollywood que depois que você já entendeu o filme inteiro e adivinhou o final, o diretor ainda decide te explicar o filme para não deixar sombra de dúvidas [Steven Spilberg em Minority Report, com o Tom Cruise explicando ao telefone toda a trama do filme, affff].

Mas também não precisa ser um filme que você precise de ajuda profissional para entender [na época do lançamento do filme o David Lynch deu uma lista de 10 dicas para entender o filme].

No fim das contas eu aconselho que você veja o filme preparado para tentar entender, discuta com alguém que assistiu o filme com você e em seguida leia a explicação do link acima.

Dessa forma é impossível não gostar do filme.

Inaugurando o meu medidor de filmes [que vai de 1 a 5 pipocas], se você me perguntasse antes de entender o filme, eu daria somente 1 pipoca. Hoje, é impossível dar menos que 5...

Ato 1: A pipoca

Até que enfim, o meu blog sobre filmes.
Tudo bem, ninguém pediu por isso mas eu sempre quis escrever sobre o assunto e agora deu na telha.
É bom porque sempre que eu indico filmes a algumas pessoas, essas se esquecem e me perguntam qual filme era. Agora fica fácil, basta acessar o meu blog, hehe.
O nome do blog me faz lembrar uma entrevista com o Hector Babenco, se não me engano no Jô Soares, em que ele critica a pipoca no cinema, dizendo que atrapalha a exibição do filme com aquele barulho.
Quem me conhece sabe o quanto eu odeio barulho no cinema. O Alexandre e o Fabiano me enchem o saco até hoje por causa do dia em que assistimos Menina de Ouro. Durante o trailer os dois conversavam, começa o filme e... os dois conversando. Fui OBRIGADO a pedir que os dois parassem. Em determinado momento do filme [que quem assistiu vai saber do que eu estou falando] o Alexandre grita "MORREU!" dentro do cinema [ele vai falar que não gritou, mas eu estava lá, hahaha]. Nessa hora eu fiz um "PSIU!" pra ele e pronto, foi o motivo para eu ouvir sobre isso até hoje.
Mas tudo bem, eu confesso que me irrita demais comentários durante o filme, principalmente os do tipo "Você viu isso?" e principalmente de pessoas em volta. Sou um tanto quanto chato com relação a barulho no cinema...
Mas não a pipoca! A pipoca pra mim faz parte do cinema, aliás, faz parte do filme, seja no cinema ou em casa.
Eu posso ter acabado de jantar, se vou assistir um filme, eu quero fazer pipoca. Se eu pego um filme que está passando na TV no meio, eu quero fazer pipoca. Se algum diretor colocar no fundo um barulho de pessoas mexendo na pipoca ou mastigando, o filme já vai ser bem cotado na minha opinião.
Ou seja, a pipoca não atrapalha o filme. Ajuda. E por isso fiz questão de por pipoca no nome do blog.
Mas enfim, a idéia do blog é falar sobre filmes assim como eu falo com os meus amigos até porque eu não sou crítico de cinema, não entendo da coisa como alguns críticos mas mutias vezes procuramos "um amigo" para indicar um filme.
Eu espero ser o "seu amigo".